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Autores e Livros da Baixada são destaque no Jornal O DIA, 15/08/2015

Histórias de viagens, contos e poemas transformados em livros

Escritores são jovens, professores, guia de turismo, donas de casa. Independentes ou não, eles têm edições até em francês

O DIA
Dizem que pobre não se interessa por livros, que só quer saber de assistir TV e beber no bar. Mas há uma galera na Baixada Fluminense que desmitifica essa afirmação e prova que também sabe escrever, e muito bem: Emilly Borret, Marcos Lamoreux, Guarnier Paiol e Geise Gomes estão entre eles.

Emilly Borret mostra o ‘Diário de uma jovem Embaixadora’
Foto:  Paulo Araújo / Agência O Dia

A estudante Emilly Borret, de 17 anos, lançou o seu livro “Diário de Uma Jovem Embaixadora”, no último dia 7, na Livraria Cultura do Centro do Rio. A jovem iguaçuana foi uma dos 50 selecionados, dentre 13 mil 500 inscritos, para participar do Programa Jovens Embaixadores 2015 e contou a experiência de ter sido eleita uma estudante exemplar para representar o Brasil nos EUA, em seu livro.
Sempre gostei de escrever. Tinha um diário quando era mais nova. Mas poemas e contos, só depois que um ex-namorado, que também escrevia, me fez refletir sobre o assunto”, conta a estudante, que quer cursar a faculdade de Medicina e pensa em se especializar em Neurologia.
O convite para escrever o livro contando a experiência do intercâmbio surgiu depois de uma matéria sobre o assunto. “A editora Nova Terra entrou em contato comigo depois que dei uma entrevista. Como gosto de escrever e sempre quis publicar algo, aceitei a proposta”, lembra Emilly, que disputava lugar no trem do ramal Japeri para poder escrever o seu livro.
O documentarista e guia de turismo Marcos Lamoreux lançou o livro “Minha Casa é Minha Mochila” após amigos brincarem que ele escreveria um livro sobre suas histórias de viagens. “Gostei tanto da ideia que simplesmente escrevi o livro, aproveitando um projeto que fiz pra faculdade, um roteiro de 500 páginas onde aproveitei textos de blogs de viagem que já tinha”, diz o meritiense de 28 anos.
Lançado em abril, o livro é independente, não tem editora. “Foi melhor assim. Pude ter contato direto com o público, uma experiência incrível”, lembra. O livro está passando por revisão para ser publicado em Angola, na África, e recebeu propostas de tradução para o alemão e o francês.
Morador de Nilópolis, o ator Guarnier Paiol, de 35 anos, tem dois livros publicados: ‘Onomatopeia’, que reúne contos e foi publicado pela editora CBJE (Câmara Brasileira do Jovem Escritor) e ‘Paiol -Ninho’, de poemas curtos _o primeiro volume de três, pela editora Maple. “Custeei as duas publicações e também tenho livretos que faço artesanalmente e comercializo”, diz o escritor, que é graduado em Língua Portuguesa e Literaturas e Especializado em Orientação Educacional e Pedagógica.
O ator explica que tem alguns outros livros para publicar, “mas tudo é bem difícil quando você é seu próprio patrocinador. Hoje, desconheço editoras que recebam originais de escritores desconhecidos com reais interesses em publicá-los sem que o autor pague a publicação.”.
A iguaçuana Geise Gomes, de 29 anos, lançou recentemente o livro infantil “Cadê Martin?”, pela Chiado Editora. O livro foi inspirado em um amigo argentino e em sua viagem de bicicleta pelo Brasil.

Conto na coletânea ‘Flupp Pensa’


Conto 'Estragos da Síndrome' foi lançado em português e francês
Foto:  Divulgação

Joana Ribeiro tem representado belamente a Baixada. A jovem escritora iguaçuana de 23 anos, teve o conto ‘Estragos da Síndrome’ publicado em 2012 pela coletânea ‘Flupp Pensa’. E em março de 2014 o mesmo conto foi lançado na França, no Livro “Je suis toujours favela”. E, em novembro, Joana participará do livro ‘ Meu Rio’, com outros 20 escritores novos. O livro será comercializado em todo o Brasil.
O animador cultural, Heraldo HB, também faz parte dessa galera. Ele lançou “O Cerol Fininho da Baixada – Histórias do cineclube Mate Com Angu”, pela Aeroplano Editora. O livro faz parte da Coleção Tramas Urbanas.
Uma artista completa, Wilma Machado, de 60 anos, custeou a publicação do seu livro de poesias ‘Mãos Amigas’. “Presenteio os amigos com o livro”, conta ela.

Projeto reúne autores e livros da baixada fluminense

Buscando valorizar e reconhecer a produção literária da Baixada Fluminense, a produtora da empresa EncontrArte _ que realiza o festival de teatro de mesmo nome_e atriz, Claudina Oliveira, criou em 2007 o projeto ‘Autores e Livros da Baixada Fluminense’, em que ela reúne, sem nenhum apoio, os livros dos autores e os leva para eventos culturais e feiras.
“Hoje, a catalogação que faço já conta com mais de 300 títulos. Só de poesias são mais de 80. E a maior parte da produção é feita por homens”, conta. Segundo Claudina, predominam os livros de poesias e conteúdos paradidáticos, resultado dos trabalhos de TCCs e dissertações, principalmente, dos cursos de história da Baixada.
Ela quer se inscrever para o edital de Livro e Leitura lançado pelo Ministério da Cultura. “Quero potencializar esse projeto”.

Reportagem da estagiária Marcelle Abreu

Comentários

  1. Queria saber, como se faz parte deste projeto. Tenho dois livros escritos, mas não publicados e queria me envolver mais neste meio para aperfeiçoar-me e conhecer colegas escritores.

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  2. Fiz o comentário acima, meu email é jbbbragaster@gmail.com.
    Grato,
    Jansen.

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